top of page

CULTURA DO ESTUPRO - Campanha "primeiro assédio" se tornou internacional


A vítimas em potencial são mulheres, vários relatos de mulheres dizendo que sofreram abuso e/ou assédio desde muito cedo, 6 anos, 8 anos... assedio dos tios, do pai, do primo, do vizinho, do padeiro, de um desconhecido... Na rua, em casa, no ônibus, em todo lugar. E não só mulheres sofreram abuso, mas há muitos relatos de homens que também foram assediados nessa mesma faixa etária. Mas o que é pior disso tudo, é as pessoas acharem que não precisamos do feminismo, porque hoje nós podemos votar, podemos trabalhar e ganhar tão bem quanto um homem, etc., mas querida(o), você acha que HOJE nós temos esses direitos por causa do quê? SIM, do FEMINISMO! Se você acha que ninguém precisa do feminismo (sem misandria), dá uma olhadinha na hashtag. E pra os homens que estão ridicularizando a campanha, zombando e tudo o mais, se sentindo ofendidos porque “nem todo homem é assim”, aqui vai um recado: sim, nem todo homem é assim, até porque muitos sentiram na pele enquanto pequenos, o que é ser abusado, mas o foco da campanha não é o homem, são as CRIANÇAS, as MULHERES, que sofreram e SOFREM até hoje assedio e abuso sexual físico e verbal. O foco da campanha é a empatia, a conscientização. É de longe uma das melhores hashtags já criadas no microblog. Espero que muito homem leia e reflita sobre tais atitudes, que veja o trauma que uma “passada de mão” e um “gostosa”, “safada” gera na vida da vítima, que pense mil vezes antes de assediar alguma criança ou mulher, seja dentro da própria casa ou na rua. E que os pais e as escolas ensinem desde cedo que mulher pode fazer o que quiser com o corpo, se vestir da maneira que quiser, e que os meninos devem respeitar as meninas (e também outros meninos). É um absurdo ver diretores proibindo meninas de usar short ou saia em pleno VERÃO nos colégios porque os meninos estão “a flor da pele”, porque “atiça os meninos” (Mas os meninos jogarem futebol sem camiseta, tudo ok, né diretores). A escola não tem que proibir a menina de se vestir como ela quer, mas sim CONVERSAR com os meninos a respeito disso, ensina-los, educa-los para que eles saibam respeitar as colegas de classe, explicar que mulher nenhuma pode ser tocada ou abordada sexualmente sem consentimento. Se fosse dada a devida educação durante a infância, não haveriam tanto estupros hoje em dia. Mais triste ainda é saber que precisamos chegar nesse ponto, ou seja, precisam haver hashtags, campanhas, eventos, palestras, ou simples textos no facebook, em blogs etc., para as pessoas entenderem a importância da luta pela igualdade de gênero, e tantas outras lutas por aí que são vistas como "exageros" por quem simplesmente não repara nos detalhes. É no detalhe que começa um abuso. É horrível saber que a hashtag "primeiro assédio" não se trata apenas do primeiro e único assédio, mas sim do início de vários, é triste saber que ainda existe muito homem que se acha no direito de chamar uma criança ou uma mulher de “gostosa” na rua, ou até mesmo em comentários na internet. É triste ver homens fazendo piada contra essas corajosas mulheres que estão contando suas infelizes experiências, abraçando uma causa, porque eles simplesmente nunca passaram por isso (e nem irão passar). Suas vontades, homem, para serem personificadas, devem ser consentidas. "O desejo é responsabilidade de quem o sente e não de quem o desperta."


Fonte: http://blogs.oglobo.globo.com/nas-redes/post/campanha-primeiroassedio-agora-e-internacional-firstharassment.html

bottom of page